Os Moko tradicionais, também conhecidos como Tā moko, eram chamados de Moko na tatuagem Maori. Desde os primeiros desenhos, os Moko se assemelhavam a brotos de samambaia, folhagens que cresciam em espirais. Os desenhos sempre possuem significados particulares em cada traço, parte do corpo ou pessoa, correspondendo alguma história ou conquista já vivida. Dentro da tribo, as tatuagens Moko eram usadas como um sinal de força, poder e beleza. As pessoas mais experientes possuíam um maior número de tatuagens do que os demais. Tendo mais respeito sobre os outros, e da mesma forma, se uma pessoa não possui as tatuagens automaticamente ela tem menor significância dentro da tribo. Como um simbolo de status de baixo-nível social.

Diferenças entre os homens e mulheres.

Tradicionalmente, os homens faziam a tatuagem Maori mais comumente no rosto, e as mulheres na boca e no queixo. Pois essas são as formas de mostrar maior respeito e poder dentro da tribo. Outros lugares tradicionalmente tatuados pelos Maori são as coxas, as nádegas, as costas e a barriga, isso se tratando dos homens. As mulheres tatuavam as coxas, nádegas, costas, e também o pescoço e nuca.

Hoje em dia, as tatuagens ainda demonstram autoridade e respeito para quem sabe seus significados. Por exemplo, uma mulher que possui o queixo tatuado pode significar que é casada ou possui um grande respeito dentro de um grupo.

No caso dos homens, podemos ver isso no governo do país, que é dividido entre Kiwis e Maoris. A grande maioria dos Maoris que possuem altos cargos no governo tem grande parte do rosto tatuada, se não por inteiro. Já os de cargos mais baixos possuem menos experiência e por isso menos tatuagens no rosto.

Dentro da tribo, eles consideram sagrados os tatuadores especializados em Tā Moko, chamados de Tohunga Tā moko, e sempre têm um em cada tribo. No início, para fazer a tatuagem Maori, ao invés das agulhas, os Tohunga usavam ossos de albatrozes em formato de cinzéis, e para a pigmentação, eles faziam misturas de fuligem de madeira queimada com gordura de animal. No século 19, os Maori modificaram essa forma de tatuar para diminuir os enormes riscos à saúde, passando a utilizar materiais mais próximos do que conhecemos hoje em dia, como tintas industrializadas e agulhas de aço, e em algumas tribos até mesmo o uso de máquinas elétricas.

Expandindo para a Nova Zelândia.

No mesmo século, em 1860, os Maori liberaram o estilo Moko para o uso pelos outros nativos neozelandeses, os Kiwis, também chamados de Pākehā (povo não Maori).Nos anos seguintes, o estilo foi popularizando na europa, e assim ganhando reconhecimento de pessoas famosas pelo mundo, como artistas e principalmente jogadores de futebol. Porém, aí foi onde começou todo o problema histórico das tatuagens Moko. Graças à popularização, muitas pessoas começaram a fazer tatuagens Moko, porém de forma errada. As pessoas que não fazem suas tatuagens Moko com um Tohunga, muitas vezes podem estar fazendo desenhos com significados completamente inversos aos seus desejos e conquistas, pois cada traço feito possui um significado particular. Por isso, grande das pessoas acabavam fazendo suas tatuagens com a linguagem da tribo dos Maori, mas de uma forma extremamente controversa, sujando assim a linguagem Tā Moko.

Por causa de toda essa confusão, de uns anos pra cá a tribo Maori chamada “Te Uhi a Mataora” decidiu fazer uma espécie de conciliação com o resto do mundo para que pudessem continuar utilizando o estilo, porém colocando um outro termo, chamado Kirituhi.

O Kirituhi (que se traduz literalmente como “pele tatuada”) é diferente do Moko, pois não possui significados específicos para cada pessoa tatuada. Quando feito de forma aleatória, qualquer pessoa que simplesmente ache o desenho bonito pode utilizá-lo, assim como a grande maioria dos outros desenhos tribais.

Devido ao crescente interesse por esse estilo, tatuadores mais atentos começaram a desenvolver projetos utilizando os elementos da cultura maori e os adaptando para tatuagens que podem ser feitas em qualquer parte do corpo. Esse estilo é o que tem maior procura e agrada à maioria dos Pākehā, como os donos dessa arte gostam de nos chamar.