Kirituhi é um estilo de tatuagem inspirado na arte Māori, mas criado por tatuadores não māoris ou destinado a indivíduos que não pertencem a essa cultura. Apesar de seguir os padrões visuais tradicionais, Kirituhi possui um significado próprio, contando a história única de quem a usa dentro da linguagem artística e simbólica dos povos polinésios. O termo vem do idioma māori, onde “kiri” significa “pele” e “tuhi” pode ser traduzido como “escrever, desenhar, gravar, adornar ou decorar com pintura”.

Diferente do tā moko, que é a tatuagem tradicional māori exclusiva para pessoas desse povo e carregada de forte valor genealógico e espiritual, o Kirituhi não se restringe apenas aos māoris. Ele representa uma forma de compartilhamento cultural, permitindo que pessoas de qualquer origem apreciem e adotem essa arte respeitosamente. Ao mesmo tempo, ele possibilita que artistas não māoris explorem e celebrem a estética polinésia sem desrespeitar a tradição sagrada do tā moko, que está diretamente ligada à identidade e ancestralidade do povo māori.

Apesar de ser pouco difundido e frequentemente mal compreendido, o termo “Kirituhi” é a denominação correta para tatuagens de inspiração polinésia feitas fora do contexto tradicional māori. No entanto, ao longo do tempo, muitas dessas tatuagens foram equivocadamente rotuladas como “tatuagem māori”, um erro que gerou confusões e, muitas vezes, levou à apropriação cultural.

Na prática, Kirituhi pode ser visto como um conjunto de pictogramas de simbologia étnica, frequentemente utilizados em tatuagens no estilo “tribal”. Esses desenhos incorporam padrões geométricos e elementos inspirados na natureza, representando valores como força, coragem, proteção e conexão com o meio ambiente.

Nos dias atuais, a distinção entre tā moko e Kirituhi é fundamental para garantir o respeito à herança cultural māori, ao mesmo tempo em que se promove a disseminação da arte polinésia para o mundo. Ao escolher um Kirituhi, é essencial que o tatuador e o tatuado compreendam seus significados e o tratem com a devida consideração, assegurando que essa forma de arte continue a ser apreciada de maneira ética e respeitosa.